Desde cedo aprendemos que a organização financeira é um aspecto extremamente importante ao decorrer da vida, porém é também um assunto complicado e difícil para várias pessoas, principalmente nas finanças do casal.
No Brasil não existe o ensino de economia e educação financeira na maioria das escolas, então uma criança aprenderá sobre isso com seus pais ou por conta própria. E se já é difícil conciliá-la no dia a dia imagine então as dificuldades de entendê-la em um relacionamento.
A vida a dois é o passo natural para um grande número de pessoas e, por mais que o amor seja forte, um dos pontos que mais trazem conflitos para o relacionamento, seja nos novos ou nos de longa data, é uma vida financeira bagunçada.
Morando junto: quanto vocês ganham juntos e quanto vocês gastam juntos
Para uma vida financeira a dois equilibrada o casal deve, antes de tudo, sentar e conhecer qual é a realidade de cada um, quanto cada um gasta individualmente e quanto gastam como casal. Coloque na ponta do papel:
- Quanto cada um ganha individualmente
- Quanto os dois ganham juntos
- Quais são as despesas fixas mensais do casal (aluguel, internet, energia, mercado, etc)
- Quais dessas despesas são necessárias e quais são desnecessárias
Fazendo isso o primeiro passo já foi dado, agora vocês já sabem exatamente quanto ganham e quanto gastam como casal. É importante verificar diversos fatores, como por exemplo, o quanto se ganha e o quanto se gasta.
Especialistas dizem que o valor gasto com aluguel, consórcio, etc, não deve passar de 30% da renda, isso incluindo condomínio e demais taxas.
Neste momento também é importante que cada um reconheça a condição financeira atual do casal e respeite isso. Forçar um estilo de vida que não se pode pagar é o início de problemas graves, tanto pessoais como no relacionamento.
O Serviço de Proteção de Crédito (SPC) divulgou pesquisas afirmando que o número de brigas por questões financeiras em um relacionamento de casais endividados é de 22,7%. Já o mesmo motivo das brigas em casais sem dívidas cai para 10,7%. Significativo, não é mesmo?
Transparência no amor, e nas contas
Esconder dívidas e contas é um dos problemas que mais desestabilizam o relacionamento, uma vez que uma pequena dívida pode virar uma avalanche e afetar diretamente a parte do casal que sequer sabia de sua existência.
É importante ser honesto com seu parceiro e deixar as inibições de lado. Porém sabemos que muitas vezes dívidas e compras impulsivas não são resultado apenas da desorganização financeira, mas elas podem ter causas emocionais e psicológicas.
Conversar com família e parceiros e procurar a ajuda de um psicólogo pode ser a solução para alguns tipos de gastos.
Dividir as contas meio a meio?
O ideal na hora da distribuição de quem paga o que e quanto será esse valor deve levar em conta o quanto cada um ganha, olha só:
#1 Os dois ganham a mesma coisa ou não existe muita diferença nos salários
A divisão das dívidas em 50% para cada é a opção mais recomendada nessa situação, já que ambos ganham aproximadamente a mesma coisa não tem motivo para um pagar mais do que o outro.
Porém gastos como faculdade e cursos também interferem, nesse caso a concordância do casal no ajuste das contas é essencial para que um deles possa se formar e conquistar seus objetivos.
A divisão de gastos de forma igual ajuda o casal a entender quanto cada um colabora na casa, é a divisão do percentual “meio a meio” a mais fácil para as duas partes entenderem.
#1 Um ganha bem mais do que o outro
Existem casais em que uma das partes ganha bem mais do que a outra, isso pode significar que a parte que ganha mais queira ter um estilo de vida diferente, uma vez que pode arcar com contas de forma diferente.
Porém essa é uma situação que vai exigir mais conversa entre o casal e, talvez, uma divisão diferente das contas, uma vez que a parte que ganha menos não pode se comprometer em pagar metade de um aluguel que lhe consome 70% do salário.
Digamos que a parte que ganhe mais queira arcar totalmente com os custos do consórcio de um apartamento de alto padrão, por exemplo, o alto custo não vai influenciar apenas no aluguel, mas sim em todo o padrão de vida.
Se a pessoa que ganha menos, antes, conseguiria dividir um aluguel menor, ir na academia, ter uma rotina de cuidados físicos e estéticos, que antes cabiam em seu bolso, agora pode enfrentar uma grande discrepância em seus gastos pessoais, – mesmo que não tenha que arcar com valores mensais do apartamento – como a academia que custava 80 reais mensais 5 vezes na semana, agora custa 250 reais três vezes na semana.
Esse momento exige muita conversa e a voz de quem ganha menos, que é quem será mais afetado pela situação, deve ser ouvida.
Um gasta um pouquinho, o outro, um montão, e agora?
Isso pode não ser um problema, com os gastos mensais definidos o “gastão” deve se comprometer a pagar a parte dele. Com as despesas mensais do casal pagas, as despesas pessoais são da responsabilidade unicamente da pessoa. Desde que o casal converse e entenda que, os gastos pessoais de cada um são de cada um.
Porém isso pode atrapalhar quando esses gastos começam a influenciar no dia do pagamento das contas do casal, ou mesmo uma das partes começar a retirar o dinheiro de um fundo comum de ambos para usar em gastos que não foram consentidos pela outra parte, seja para itens para a casa ou para gastos pessoais.