BRASIL
Questões do Enem causam polêmica e geram pedido de anulação
Por Redação SDI
06/11/2023
Três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 estão causando polêmica e sendo alvo de críticas por parte da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), um grupo de parlamentares associados ao agronegócio.
A bancada está pedindo a anulação dessas questões alegando que elas possuem um “cunho ideológico” que prejudica a imparcialidade do exame.
A questão que mais chamou a atenção é a de número 89, que aborda a atuação do agronegócio no Cerrado. O texto apresenta aspectos negativos do setor, como a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
As cinco alternativas de resposta também contêm elementos negativos relacionados ao agronegócio.
Além disso, a FPA está solicitando a anulação das questões 70 e 71. A questão 70 menciona que a lógica por trás do desmatamento na Amazônia “está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas”.
Já a questão 71 trata das evoluções tecnológicas relacionadas a viagens espaciais, mencionando que poucas pessoas poderiam viajar ao espaço, enquanto o restante da população sofreria os impactos dessa viagem.
Uma charge na questão mostra um alienígena sendo alertado por um indígena para não confiar nos humanos bilionários que chegam ao planeta.
A FPA
A bancada do agro alega que essas questões não possuem “critério científico ou acadêmico” e está aguardando uma resposta urgente do governo federal.
Além de solicitar a anulação das questões, a FPA planeja apresentar um requerimento para convocar o ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências no Congresso.
A frente também pretende buscar esclarecimentos do Ministério da Educação sobre a banca organizadora do Enem e as referências bibliográficas utilizadas na formulação da prova.
Em uma nota divulgada pela FPA, eles afirmam que as questões são mal formuladas, baseadas unicamente em comprovação ideológica e permitem que os alunos escolham qualquer resposta dependendo de seu ponto de vista.
A bancada alega que as questões praticam “negacionismo científico” contra o setor e contribuem para a disseminação de “mentiras”.
Até o fechamento desta edição, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) não haviam se pronunciado sobre o assunto.