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4 em cada 10 brasileiros vivem acima do seu padrão de vida, e você?

Tem muito brasileiro terminando o mês sem qualquer reserva financeira e até com o nome no vermelho. A última pesquisa sobre o assunto divulgada pelo SPC Brasil mostra que em cada 10 brasileiros, 4 extrapolam nos gastos e despesas e vivem fora do seu padrão de vida.

Isto significa que pelo menos 25% da população vive acima do que é capaz de bancar. São pessoas que vivem “com a corda no pescoço” e não conseguem reunir um patrimônio mínimo.

Além de endividamento e inadimplência, viver fora do padrão adequado não raro resulta em irritação e ansiedade.

De acordo com a metodologia de Educação Financeira DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar), fazer um raio x das suas finanças é essencial para descobrir qual é a sua real situação. A ideia é colocar os pés no chão para nunca mais vai se sentir aflito quanto o assunto é dinheiro.

Mas você sabe se está gastando de acordo com o que o seu bolso permite?

Continue acompanhando para descobrir.

Levantando os rendimentos

Geralmente, quando perguntamos a uma pessoa quanto ela ganha, a resposta não condiz com a realidade. Esta falha na percepção está diretamente ligada à confusão quanto ao padrão de vida.

Para ilustrar, vamos supor que seu salário bruto mensal seja de mil reais. Quanto te perguntam quanto você ganha, sua resposta será exatamente esta: mil reais, certo? Errado, porque seu valor líquido, com todos os descontos, chegaria a cerca de R$ 850. É com base nesse valor que você deveria programar suas finanças.

E não se engane, R$ 150 pode parecer pouco mas, no seu orçamento, isso significa 15%. Quando você adota os mil reais como parâmetro, você já passa a viver fora da sua realidade, pois estará consumindo 15% a mais do que poderia.

Seja com rendimento fixo ou variável, é possível prever o seu padrão real registrando detalhadamente o rendimento bruto (salário, comissão, bônus) e subtraindo os descontos (INSS, IR, FGTS, outros). O resultado será o seu rendimento mensal líquido.

Quando você obtiver esse valor mensal, calcule quanto esse rendimento representa ao longo de um ano. Não esqueça de incluir férias, comissões e 13º.

Para chegar ao valor anual, some seu rendimento bruto com essas outras receitas pra só então subtrair impostos e outros descontos. Você pode se surpreender com o valor líquido que recebe em um ano.

Olhando os gastos de perto

Outra pergunta que a maioria das pessoas erra a resposta: você sabe quanto gasta? Muita gente, num primeiro momento, vai responder que sim, mas a realidade é outra. Isso porque as pessoas não costumam registrar pequenos gastos, apenas despesas maiores. Entre elas, a prestação da casa, do carro, contas de luz e cartão de crédito.

De acordo com a metodologia DSOP, é preciso realizar um apontamento de despesas bastante detalhado. Deve-se registrar diariamente, por um período de pelo menos um mês, todos os centavos que saem do orçamento. E isso inclui cada cafezinho e cada bala.

A recomendação é que os tipos de gastos sejam anotados separadamente. Quem tem rendimento variável, deve fazer esse apontamento por no mínimo três meses.

Pode não parecer, mas são esses gastos miúdos que corroem o orçamento. Fazendo esse apontamento, você nunca mais vai repetir outra questão: pra onde foi meu dinheiro? Pois você saberá exatamente o que fez com sua renda.

Olhando seus gastos de perto, é possível apontar desperdícios e ter mais consciência na tomada de decisões. Assim, você consegue mudar comportamentos que sabotam o orçamento.

Descobrindo o padrão de vida real

Depois de fazer um raio x da sua situação financeira e identificar cada gasto, será possível descobrir seu padrão de vida real. É importante saber que manter esse padrão independe da sua classe social ou do quanto você ganha. Na realidade, é quanto você gasta e a sua capacidade de poupar que vão definir se o seu orçamento é sustentável.

Se você está afundado em dívidas, isso significa que você está vivendo fora do seu padrão, mas, não pense que isso é exclusividade sua. Um terço dos brasileiros endividados não conseguiriam manter seu padrão de vida nem por um mês se ficassem desempregados, segundo pesquisa do SPC Brasil.

A orientação aqui é a seguinte:

Pergunte-se com frequência se você está conseguindo custear todos os seus compromissos financeiros. E isso sem inadimplência e sem depender de terceiros (bancos e instituições financeiras).

Se a resposta for sim, então, certamente seu padrão de vida está de acordo com a sua receita. Mas, se você respondeu não, talvez seja a hora de repensar seus gastos e adequar o consumo ao seu padrão de vida. Recomenda-se que, a partir do seu ganho mensal líquido, você deva gastar no máximo 90% da sua receita.

Mas atenção: esses 10% do seu rendimento devem ser retidos antes de quitar qualquer conta ou fazer gastos.

Ou seja, além de você considerar apenas o valor líquido como receita (conforme explicamos no primeiro item), você ainda deve separar uma quantia desse dinheiro, que será uma reserva estratégica pra realizar algum sonho, ou, para não ser pego de surpresa se acontecer qualquer imprevisto financeiro.

O segredo é manter um padrão de vida um pouco inferior ao que permite sua renda. Assim, você cria uma reserva pra garantir um futuro mais próspero.

Uma ótima ferramenta para começar é a nossa Planilha de Controle de Gastos, baixe gratuitamente clicando na imagem abaixo:

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