Desafios na China impactam estratégias econômicas brasileiras

O foco do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em estreitar laços com a China como parte de seus esforços para revitalizar a indústria e a economia brasileira pode estar em risco. 

À medida que a economia chinesa enfrenta uma desaceleração, os planos do Brasil para consolidar a parceria com a nação asiática podem ser abalados.

A China é, de longe, o maior parceiro comercial do Brasil, representando quase um terço das exportações do país. Em 2022, o comércio bilateral atingiu US$ 173 bilhões, quase o dobro das relações comerciais entre Brasil e EUA. 

No entanto, a desaceleração chinesa pode comprometer a demanda por produtos brasileiros, afetando a recuperação econômica pós-pandemia.

A dependência do Brasil em relação à China também intensifica o impacto de uma crise no gigante asiático. A desaceleração pode não apenas enfraquecer as exportações brasileiras, mas também afetar a meta do governo Lula de eliminar o déficit primário. 

Com isso, aumentam os alertas sobre as pressões sobre as contas públicas, o que poderia levar à desvalorização do real.

Busca por alternativas

Para alguns especialistas, a parceria com a China é vital, mas a conjuntura atual evidencia a necessidade de buscar alternativas para não ficar refém da volatilidade de uma única nação.

O Brasil tem observado o mercado chinês com cautela, especialmente em relação ao setor de mineração. A Vale, uma das principais empresas brasileiras, tem uma exposição significativa à China, sendo um importante fornecedor de minério de ferro para a indústria siderúrgica chinesa. 

A desaceleração da demanda por imóveis e as preocupações com o setor imobiliário têm impactado os lucros da Vale e ampliado a incerteza econômica.

Enquanto a parceria Brasil-China permanece relevante, a desaceleração chinesa coloca em destaque a importância de diversificar estratégias econômicas e explorar oportunidades além das fronteiras da nação asiática. 

O futuro das relações bilaterais dependerá da capacidade do Brasil de se adaptar às mudanças econômicas globais e construir uma base sólida e resiliente para o crescimento.