A epidemia de doenças transmitidas por artrópodes, como dengue, zika e chikungunya, terá um impacto significativo na economia brasileira, estimado em R$ 20,3 bilhões, de acordo com um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Essa cifra seria suficiente para cobrir o pagamento do Bolsa Família para três milhões de famílias por ano.
Minas Gerais representa uma parte considerável dessas perdas, com um impacto estimado em R$ 5,7 bilhões.
O estudo baseou-se nas projeções do Ministério da Saúde, que espera 4,2 milhões de casos de arboviroses em 2024, sendo 1,5 milhão apenas em Minas Gerais, estado que historicamente concentra cerca de 30% do total.
Saúde e produtividade
De acordo com a pesquisa, foram considerados os custos diretos em saúde, como remédios, consultas e exames, além da perda de produtividade devido ao afastamento do trabalho, que é, em média, de sete dias.
O economista-chefe da Fiemg, João Gabriel Pio, destaca que há também um impacto indireto na cadeia produtiva devido ao afastamento dos trabalhadores, o que reduz o potencial das empresas e afeta a economia como um todo.
A redução da produtividade no país resultaria em uma perda de R$ 15,1 bilhões, enquanto os gastos com saúde somariam R$ 5,2 bilhões. Em Minas Gerais, as perdas de produtividade chegariam a R$ 3,8 bilhões, além dos custos de saúde de R$ 1,9 bilhão.
A epidemia de dengue deve levar à perda de 214.735 postos de trabalho no Brasil em 2024, sendo 71.648 apenas em Minas Gerais, devido ao alto número de casos registrados no estado.
O estudo ressalta que a doença não só impacta a saúde, mas também a economia, ao drenar recursos que poderiam ser utilizados em outras áreas.
