ORÇAMENTO DE 2023
Metade dos bancos prevê Selic acima de 9% para o final de 2024
Por Redação SDI
Uma pesquisa conduzida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que metade das instituições financeiras entrevistadas acredita que a taxa Selic deve encerrar o ano de 2024 acima de 9% ao ano.
A mediana das projeções dos bancos aponta para cortes de 0,50 ponto percentual a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central até julho, levando a taxa a 9,25% ao ano, e estabilidade a partir desse ponto.
A pesquisa, realizada entre os dias 6 e 9 de fevereiro, ouviu 18 bancos. Metade deles espera que a Selic feche o ano acima de 9%, enquanto 38,9% projetam a taxa exatamente em 9% ao ano.
Uma parcela minoritária, de 11,1%, espera que a taxa caia abaixo de 9%.
Influência do Fed
A Febraban aponta que a dinâmica do mercado de trabalho, a pressão sobre a inflação de serviços e a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve levar mais tempo para cortar os juros nos Estados Unidos levaram a um viés mais conservador para a Selic.
Sendo assim, metade dos bancos acredita que o Fed deve fazer o primeiro corte de juros na reunião de junho, enquanto outros 44,4% esperam que aconteça em maio. Uma parcela minoritária, de 5,6%, afirma que o primeiro corte deve acontecer na reunião de março.
Para a atividade econômica, as perspectivas melhoraram: 50% dos bancos esperam que o crescimento surpreenda este ano, contra 33,3% da pesquisa anterior, de dezembro.
Outros 44,4% esperam que o PIB venha em linha com o consenso de mercado, de 1,6%.
IPCA e contas públicas
Quanto à inflação medida pelo IPCA, cerca de 61% dos bancos esperam que ela feche 2024 em 3,8% ou menos, com 44,4% projetando um índice abaixo desse patamar.
Os outros 38,9% acreditam que a inflação ficará acima de 3,8%, devido à alta dos preços dos alimentos causada pelo El Niño e pela dinâmica do mercado de trabalho.
Sobre as contas públicas, 55,6% dos bancos esperam que o déficit primário do país fique em linha com a mediana das projeções do mercado, de 0,8% do PIB. Outros 38,9% esperam um déficit menor que 0,8%.