GOVERNO
Esposa de líder do Comando Vermelho participou de reuniões com membros do Ministério da Justiça
Por Redação SDI
13/11/2023
Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e líder do Comando Vermelho no Amazonas, participou de duas reuniões no Ministério da Justiça neste ano, conforme revelado pelo jornal O Estado de São Paulo.
Clemilson dos Santos Farias está preso desde dezembro de 2022, cumprindo pena de 31 anos por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Enquanto isso, Luciane foi sentenciada a dez anos e aguarda em liberdade o resultado do seu recurso.
As reuniões de Luciane no Ministério da Justiça envolveram encontros com os secretários de Políticas Penais, Rafael Velasco, e de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, além da coordenadora do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), Tamires Sampaio.
Palavra do Ministério
O ministro Flávio Dino afirmou nas redes sociais que nunca recebeu líder de facção criminosa, esposa, parente ou vizinho em audiência no Ministério da Justiça. Ele enfatizou que a suposta audiência foi realizada em outro local, sem o seu conhecimento ou presença.
O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, confirmou o encontro, esclarecendo que este ocorreu como parte de uma agenda com um ex-deputado, destacando que não houve reunião específica com Luciane Barbosa Farias.
Veja a nota publicada por Elias Vaz:
“Informo que, no dia 14 de março, recebi solicitação de audiência por parte da Sra. Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ.
Na reunião, realizada no dia 16 de março, a Sra. Janira Rocha veio acompanhada das senhoras Ana Lúcia, mãe do jovem Lucas Vinícius, morto em 2022.
E também de Luana Lima, mãe de Lara Maria Nascimento, morta em 2022; e de Luciane Farias, do estado do Amazonas. Durante a audiência, das mães Ana Lúcia e Luana Lima, escutei reivindicações pedindo celeridade nas investigações sobre a morte dos filhos.
Na ocasião, recebi os documentos anexos, nenhum tratando de casos ocorridos no estado do Amazonas. Quanto à Sra. Luciane, ela estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário.
Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que elas procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN).
Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a marca da seriedade. Atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios.
Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas.”