ADAPTAÇÃO AO MERCADO
Estudo revela que 68% das empresas acham difícil lidar com a Geração Z
Por Redação SDI
Lidar com a Geração Z é um desafio para 68,1% do mercado de trabalho, de acordo com a pesquisa “Tendências de Gestão de Pessoas”, produzida pela consultoria internacional Great Place To Work (GPTW).
Essa nova geração, de pessoas nascidas entre 1996 e 2010, tem propósitos particulares e prioriza trabalhar em empresas que se preocupam com sustentabilidade e diversidade. Também, é uma geração que se recusa a trabalhar em locais que não priorizam a ética.
Além disso, os profissionais mais jovens são conhecidos por buscar maior flexibilidade em seus empregos, já que a entrada da Geração Z no mercado de trabalho coincide com um momento em que é possível trabalhar de qualquer lugar e ter seu próprio ritmo graças à era digital.
Desta forma, mesmo na ausência de uma alternativa de emprego imediata, estes jovens são propensos a pedir demissão ou aderir ao fenômeno conhecido como “quiet quitting” (demissão silenciosa), um processo em que o colaborador gradualmente se distancia de suas responsabilidades, limitando-se a cumprir apenas o essencial do que lhe é atribuído.
Por causa disso, empresas acusam a Gen Z de falta de comprometimento e impaciência na carreira.
História que se repete
Daniela Diniz, porta-voz da pesquisa, salienta que esta circunstância não é novidade e já se manifestou anteriormente com a chegada dos membros da Geração Y (nascidos entre 1981 e 1995, também conhecidos como Millenials) ao mercado de trabalho.
“Ela (a Geração Y) era tachada de insubordinada, infiel, mimada e descomprometida. Quando ouço e leio hoje tudo que se fala da Geração Z é como um déjà-vu. O fato é que toda geração que entra no mercado de trabalho vai causar um certo barulho”.
Atualmente, a geração Y é a segunda mais bem aceita no mercado, sendo que apenas 6,2% dos participantes da pesquisa reportaram ter reclamações sobre ela.
“Ao olharmos para o futuro, vale espiarmos o passado e perceber que as mudanças provocadas pela chegada de novos profissionais fizeram as organizações evoluírem. E este é o momento de aprendermos com a Geração Z”, avalia a pesquisadora.
Como lidar com as novas gerações
Segundo os pesquisadores, a dificuldade de lidar com a Geração Z muitas vezes vem da falta de escuta ativa por parte dos profissionais mais velhos. Essa habilidade não era comum no passado e nem sempre estão dispostos a se abrir para novas ideias.
Os profissionais mais jovens são muitas vezes considerados difíceis porque valorizam seus princípios pessoais e não desejam se submeter a práticas empresariais que não estejam alinhadas com seus valores.
Isso inclui a cultura organizacional, trabalho excessivo e pressão, e hierarquia.
Para evitar conflitos e divergências, segundo especialistas, é essencial promover uma maior aproximação entre as gerações. Reconhecer as habilidades e experiências únicas que cada grupo traz para a mesa é fundamental nesse processo.
Uma forma de promover essa troca é através de “mentorias reversas”, em que os mais jovens ensinam habilidades tecnológicas e os mais velhos compartilham sua experiência e vivências.
Um aspecto preocupante é que menos da metade das empresas investem em formas de tratar seus funcionários, o que pode reforçar o movimento de saída dos profissionais.
Além disso, a pandemia colocou em evidência problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e burnout, que têm impactado mais gravemente as gerações mais jovens.
Portanto, lidar com a Geração Z requer uma maior atenção às demandas e valores dessa nova geração. Promover a comunicação e colaboração intergeracional, reconhecendo as experiências únicas de cada grupo, pode facilitar a harmonia e produtividade no ambiente de trabalho.
Além disso, investir na saúde mental e no desenvolvimento profissional também são passos importantes para garantir o bem-estar e satisfação dos profissionais mais jovens.