Você já parou para pensar no impacto do seu consumo no mundo ao seu redor? O consumo consciente é mais do que uma tendência, é uma necessidade urgente em nossa sociedade, principalmente se você tem sonhos para realizar.
Antes de tudo, é preciso entender que cada escolha de compra que você faz tem consequências que podem impactar não apenas no seu futuro, mas no futuro da sua família.
Afinal, escolher produtos e serviços de forma consciente não só contribui para um ambiente mais saudável e sustentável, mas também pode resultar em economia financeira, mais dinheiro no seu bolso e mais sonhos realizados.
Agora, você pode estar em uma fase da vida em que acha difícil economizar ou até substituir alguns hábitos. Na realidade, saiba que mudar o comportamento não é fácil para ninguém, em nenhum momento da vida.
É por isso que, nessas horas, é preciso lançar mão da ciência e usar alguns artifícios para mudar de hábitos e começar a direcionar recursos para o que realmente importa: seus sonhos e necessidades.
Nesse sentido, a Sala do Investidor traz uma maneira muito simples, mas bastante eficiente, de organizar as finanças e consumir com mais consciência com a ajuda da metodologia do comportamento financeiro DSOP. Vem ler e descobrir!
Qual é a importância do consumo consciente?
O consumo consciente é fundamental por diversos motivos. Primeiramente, ele contribui para a preservação do meio ambiente, uma vez que escolhas mais conscientes geralmente levam a um menor uso de recursos naturais, menor produção de resíduos e redução de emissão de poluentes.
É verdade que a preservação do meio ambiente é fundamental, mas neste conteúdo nosso foco será na redução do consumo desenfreado para que você consiga fazer sobrar recursos para a realização dos seus sonhos.
Por isso, vamos nos ater aqui a técnicas para ajudar o seu cérebro a entender o que fazer para mudar o comportamento diante do consumo, eliminando de uma vez por todas aquelas compras por impulso que só trazem prejuízo para a sua vida.
Método científico
Para isso, o educador do comportamento financeiro e CEO do Grupo Redesul, Evandro Canello, explica que existe um método, “a metodologia DSOP é uma estratégia construída com base em estudos sobre o comportamento humano e é uma maneira confiável para auxiliar na mudança de hábitos”, explica.
Nesse sentido, o método, criado pelo PhD em Educação Financeira, Reinaldo Domingos, é um excelente caminho para mudar os hábitos e construir o passo a passo para a sua independência financeira.
Qual o primeiro passo para o consumo consciente?
Segundo a metodologia DSOP, o primeiro passo para começar a consumir com consciência é fazer um raio x completo da sua situação financeira. Isso inclui compreender a fundo o tamanho dos seus rendimentos, mas também conhecer em detalhes os seus gastos.
Na verdade, isso é importante para que você tenha consciência sobre o seu real padrão de vida, compreendendo se está consumindo de acordo com o que sua renda permite.
Conheça seus ganhos
Sendo assim, um exercício importante é fazer o cálculo dos rendimentos mensais, listando de forma precisa todos os valores que você recebeu no último mês. Para profissionais liberais e autônomos com renda variável, o diagnóstico deve ser estendido para três meses.
Não esqueça de incluir bônus, benefícios e outros ganhos adicionais. Veja este exemplo da DSOP:
Reprodução da tabela disponível no livro “Terapia Financeira”, de Reinaldo Domingo
Em seguida, é fundamental calcular o valor total dos rendimentos ao longo do ano, incluindo férias, 13º salário e outros benefícios extras. Ao fazer esse levantamento exato da renda, você terá uma imagem real da sua situação financeira.
Mas atenção: seja fiel aos valores e evite superestimar ou subestimar os rendimentos. Estimativas imprecisas podem distorcer a realidade e dificultar o planejamento financeiro adequado.
Conheça seus gastos
Nessa jornada rumo ao consumo consciente, é fundamental que você tenha controle total sobre os seus gastos. Por isso, do mesmo modo que os rendimentos, também é fundamental fazer um raio x desses gastos.
E não se engane, muitas pessoas acreditam que sabem para onde vai cada centavo do seu dinheiro, mas as dívidas e a desorganização financeira mostram que na verdade não há domínio real sobre o consumo.
Isso posto, você sabia que não são as contas fixas que costumam estourar o orçamento? Na realidade, pequenos gastos corriqueiros, muitas vezes feitos por impulso, são os que mais impactam negativamente na vida financeira das famílias.
Então, para descobrir exatamente onde estão esses furos, o Apontamento Financeiro da metodologia DSOP é uma excelente ferramenta.
O que você deve fazer é anotar cada gasto por tipo,depois somar separadamente cada gasto e anotar o valor mensal, caso sua renda seja fixa. Para profissionais liberais e autônomos, cuja renda é variável, a recomendação é que faça esse apontamento por três meses, definindo uma média.
E não esqueça de citar as formas de pagamento. Veja este exemplo:
Tabela da metodologia DSOP para controlar os gastos com educação financeira
Como conhecer o seu real padrão de vida?
Segundo Evandro Canello, muitas pessoas se iludem com aparências, gastam mais do que ganham e vivem fora do padrão de vida. O educador financeiro orienta sempre questionar sobre a sua capacidade em arcar com todos os compromissos financeiros ao fechar o mês.
Portanto, a recomendação aqui é que você use o diagnóstico de ganhos e gastos que fez no capítulo anterior e analise investimentos em:
- Casa
- Carro
- Educação
- Vestuário
- Lazer
Tudo isso deve se encaixar confortavelmente no orçamento, sem pedaladas e malabarismos.
Portanto, para viver de acordo com seus ganhos, é necessário reduzir excessos e desperdícios, priorizando o emprego dos recursos nos sonhos e necessidades que contribuam com o seu crescimento pessoal ou profissional.
Sabendo o seu padrão de vida real, fica mais fácil não desviar do caminho e praticar um consumo mais consciente.
Como consumir com consciência na prática?
Considerando a metodologia do comportamento financeiro DSOP, existe uma tática muito eficiente para trazer à tona comportamentos inconscientes que vêm sabotando sua vida financeira. Uma vez consciente desses comportamentos, fica mais fácil eliminá-los.
Estamos falando em identificar as dívidas que trazem algum crescimento pessoal ou profissional para a sua vida. Para isso, faça duas listas:
- Uma de dívidas sem valor;
- Outra de dívidas de valor.
Ao lado da primeira, anote todas aquelas compras feitas por impulso, sem programação.
Por exemplo, lanches fora de hora, um calçado em promoção no shopping, um smartphone modelo novo que você passou no crédito, só porque a loja “facilitou” a compra em 24 parcelas. Mas não apenas estas.
Dívidas sem valor também podem ser os gastos excessivos em festas ou no crediário da loja de roupas. Perceba que não estamos dizendo que lazer, por exemplo, é uma dívida sem valor.
Pelo contrário, a metodologia DSOP prega a qualidade de vida e o bem-estar, portanto, cinema, jantares e festas são importantes, porém, eles devem ser planejados para que se encaixem no seu padrão de vida.
A regra é: evite excessos, pesquise sempre opções mais econômicas e gratuitas e, principalmente, não gaste mais do que ganha.
Por outro lado, as dívidas de valor, como o próprio nome sugere, dívidas de valor são todos aqueles gastos que trazem alguma qualidade de vida ou crescimento pessoal/profissional. Nessa conta entram as despesas mensais, como:
- Aluguel
- Mercado
- Energia elétrica
Também, nessa categoria você pode incluir prestações do carro, financiamento da casa e até viagens, o importante é que essa dívida resulte em algum crescimento para você ou sua família.
Porém, preste atenção: mesmo que estas sejam dívidas de valor, numa situação em que você busca o consumo consciente, é muito importante que você consiga também reduzir essas despesas ao máximo.
Como usar a mesada para praticar o consumo consciente?
Você já ouviu falar na mesada econômica? Essa prática incentiva a economia na sua casa, tanto em dinheiro quanto em recursos materiais, e pode ser adotada por crianças e jovens, independentemente da condição financeira ou social da família.
Se o salário dos pais não é suficiente para uma mesada financeira, é importante que a família perceba que em casa há um valor monetário circulando que pode estar sendo desperdiçado.
Isso pode ser observado em situações como deixar luzes acesas sem necessidade, passar horas no chuveiro ou deixar aparelhos eletrônicos ligados sem uso.
Os adultos devem ensinar às crianças o valor do dinheiro, explicando de forma lúdica como o desperdício afeta o orçamento financeiro, pois isso pode impedir a realização de sonhos e desejos.
Portanto, é importante conversar com todos os membros da família, incluindo as crianças, sobre a importância de evitar o desperdício e praticar o consumo consciente.
Para implementar a mesada econômica, siga estes passos:
- Reúna a família e discuta os desejos e sonhos de cada um
- Calcule e registre os valores de cada sonho
- Pergunte como podem obter o dinheiro para realizar esses sonhos e de que forma podem economizar
- Apresente as despesas da família e discuta a possibilidade de redução
- Incentive a reflexão sobre o consumo consciente
- Trace metas para cada membro da família
- Proponha que os valores economizados sejam destinados aos sonhos da família e para melhorias na casa
Com essas práticas, a mesada econômica não apenas ensina sobre finanças, mas também promove o consumo consciente e a valorização do dinheiro, preparando as crianças para uma vida adulta mais responsável e sustentável.
Agora, você sabia que existem oito tipos de mesadas para ajudar a despertar o consumo consciente de seus filhos? Acesse aqui para conhecer todos os tipos.