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8 tipos de mesadas para as crianças: você está usando o método certo?

Nós já explicamos sobre a importância da educação financeira para as crianças e porque é necessário começar cedo. Neste sentido, conhecer os tipos de mesadas é essencial para os pais que estão pensando em iniciar (ou já iniciaram) esse sistema.

Será que as crianças saberão gerir o valor que recebem? Mais do que isso, será que essa atitude vai realmente torná-las adultos conscientes e sustentáveis financeiramente?

O livro Mesada não é só dinheiro torna pública uma ampla investigação científica. É o resultado dos estudos de mestrado e doutorado do Educador Financeiro, Reinaldo Domingos, que estrutura esses ensinamentos a partir da metodologia DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar).

Nesse estudo, o cientista aborda 8 tipos de mesadas, que devem ser introduzidas em períodos diferentes.

Você sabe se está usando a mesada ideal para a idade do seu filho? Vamos descobrir!

Mesada não é só dinheiro

De acordo com a metodologia DSOP de Educação Financeira, é errado pensar que só o dinheiro pode ser usado nesse sistema; pois este é apenas um dos tipos de mesadas, que você logo vai conhecer. Existem várias formas de utilizar a mesada que, inclusive, já são adotadas – muitas vezes sem nem os pais perceberem.

A aplicação deve seguir métodos específicos para cada idade e situação. Por isso, saber quais são esses tipos de mesadas é importante para que não haja confusão na hora de introduzir o sistema.

“Mesada” é um termo relativo a “mês”, certo? Mas antes de abordarmos a classificação de cada uma delas, é importante saber o momento de iniciar a mesada, que geralmente é a partir dos 3 anos.

No entanto, se a criança apresentar dificuldade em compreender a noção do tempo, deve-se insistir na mesada por 3 meses. Se ainda assim a dificuldade persistir, é recomendável experimentar o sistema de “semanada” (por semana).

Mas atenção: é importante voltar à mesada assim que a criança tiver percepção da relação entre tempo e uso de dinheiro.

Vamos aos tipos de mesadas!

1 – Mesada voluntária

Esse é um tipo de mesada que geralmente introduz a criança no universo financeiro, normalmente a partir dos 3 anos. É conhecida como “mesada-bebê”.

É aquele dinheiro que os pais (a tia, o irmão, o avô) oferecem de forma aleatória. Um trocado hoje, outro amanhã, pra comprar algum brinquedo pequeno, um doce ou algo simples.

Muitos pais entregam algumas moedinhas ao filho, sem muito critério, apenas pra guardar no cofrinho. Sim, isto já é uma mesada, de acordo com Domingos. Mais do que isso, entre todos os tipos de mesadas, este é o responsável pelo primeiro contato da criança com o universo financeiro.

Por isso, essa mesada voluntária tem impacto fundamental na formação da criança, que vai registrar essa experiência e lembrar na fase adulta!

Mas é preciso ficar atento ao comportamento do seu filho.Se ele começar a pedir dinheiro com mais frequência – seja pra comprar um lanche na escola ou um livro de figurinhas – isso mostra que sua necessidade de ter o dinheiro está cada vez mais real.

Segundo Domingos, embora exista uma variação nas idades, normalmente isso ocorre na faixa dos sete aos 10 anos. Nessa situação, em que o dinheiro não é mais oferecido de forma eventual, os pais costumam ficar perdidos e não conseguem controlar quanto estão liberando por dia, por semana ou por mês. Eles ficam sem ter noção de quanto a criança recebe e quanto gasta.

Esse é o momento de partir pra próxima mesada.

2 – Mesada financeira

Diferente da primeira, o objetivo da mesada financeira é para que a criança aprenda a administrar o dinheiro que ganha. Entre os tipos de mesadas, este costuma ser o mais comum.

Na mesada financeira, os pais ou responsáveis determinam um valor fixo, considerando as necessidades da criança. Mas como definir o valor dessa mesada?

Como base na metodologia DSOP, fica difícil definir o valor que seu filho precisa sem antes saber exatamente qual é a sua situação financeira. Portanto, para estipular o valor da mesada, é necessário fazer um DIAGNÓSTICO das finanças.

Durante 30 dias, registre minuciosamente cada gasto e despesa e fique atento ao que cada filho gastou. Anote todos os tipos de gastos separadamente, usando o Apontamento de Despesas, disponível para baixar aqui, mas você pode anotar da forma que achar mais fácil. O importante é registrar absolutamente TUDO!

Depois desse período, some os valores que foram entregues à criança (ou a cada criança). É importante que você não diga o resultado ao seu filho, pois ele não precisa saber. Conhecendo o valor total que a criança gastou nos últimos 30 dias, você deve separar 50% desse dinheiro e entregar nas mãos do seu filho.

Ele ficará muito feliz em receber tanto dinheiro de uma vez. Você, então, deve explicar que esse valor é para despesas, como guloseimas e brinquedos. Depois, você comunica que vai entregar mais uma quantia, igual a estabelecida para a mesada (os outros 50%). Porém, esse dinheiro deve ser guardado para realizar algum sonho, como uma bicicleta nova, por exemplo.

Peça para ele registrar todos os gastos, assim você pode acompanhar a situação mensalmente.

Finalize orientando a criança de que todo o mês ela receberá metade da mesada para seus sonhos, enquanto a outra metade servirá para os gastos diários, que ela deve aprender a administrar pra que durem os 30 dias do mês.

3 – Mesada de terceiros

Esse tipo é parecido com a mesada financeira, com a diferença de que o valor não é fixo. Geralmente, é um presente, geralmente dado por parentes.

Imagine aquele dinheiro que seu filho ganha dos avós em todo aniversário. De acordo com a metodologia DSOP, uma parte de todo o dinheiro que passa pelas nossas mãos deve ser retida para a realização de algum sonho, e com esta mesada não seria diferente.

O ideal é que a criança queira guardar uma parte desse dinheiro pra uma conquista maior. Mas, se esse desejo não partir dela, é interessante que os pais expliquem que quanto mais dinheiro for reservado para os seus sonhos, mais rápido eles se realizarão.

Fique atento para que a criança não ligue o “piloto automático” do consumo e não gaste tudo por impulso.

4 – Mesada econômica

Você não tem condições de dar uma mesada financeira para o seu filho? Entre os tipos de mesadas, a econômica é umas das mais interessantes, pois pode ser implantada independente da situação financeira ou social da família.

É importante que você perceba que existe um valor monetário circulando na sua casa diariamente. Esse valor tem relação direta com consumo e desperdício. Partindo disso, você vai identificar diversas situações que acarretam gastos e geram desperdício.

Quando a criança tem consciência disso, esse recurso econômico pode ser transformado em recurso financeiro. Nesse caso, primeiro é importante conscientizar os adultos da casa sobre o desperdício para só então cobrar da criança, para que ela:

  • Não passe horas no chuveiro, brincando;
  • Não deixe luzes acessas;
  • Não esqueça computador ou TV ligados;
  • Não desperdice alimentos;
  • Não seja desleixada com materiais escolares e brinquedos.

O importante é a criança perceber o quanto esses comportamentos fazem a diferença no orçamento. Isso porque algumas atitudes podem adiar ou mesmo impossibilitar a realização de algum sonho ou desejo.

Se a criança entender que sua colaboração pode ajudar com a próxima viagem da família, um passeio de fim de semana ou mesmo um brinquedo novo, ela certamente vai cooperar.

O foco da mesada econômica é a conscientização e o esforço coletivo. Se houver essa cooperação, isso pode ser um caminho para uma mesada financeira.

5 – Mesada empreendedora

O verbo empreender não está apenas ligado ao mundo dos negócios. Num sentido mais amplo, empreender é usar nosso tempo com inteligência para realizar nossos sonhos. A as crianças podem perfeitamente fazer isso.

A mesada empreendedora existe para incentivar a criança a criar algo que interesse a terceiros enquanto se diverte.

Um bom exemplo citado na obra “Mesada não é dinheiro”, é o caso do pai que incentivou o filho na confecção de pipas para vender na vizinhança.

Portanto, essa mesada estimula a criança a usar seu espírito inventivo e seu talento, criando algo que a divirta. Bem diferente de dar uns trocados pro filho lavar um carro, por exemplo. Isso é trabalho e nenhuma criança deve trabalhar para ganhar dinheiro.

A ideia é despertar o espírito empreendedor associado ao ato de brincar. Sendo assim, se o seu filho te pedir dinheiro pra fazer “slime” pra vender na pracinha, considere que essa mesada financeira pode ser o pontapé inicial pra formar um adulto empreendedor.

Mas lembre-se de sempre mostrar a diferença entre brincar e trabalhar.

6 – Mesada ecológica

A mesada ecológica trata-se de um “dinheiro não físico” que está sempre circulando, mas que raramente é enxergado. Não se trata de arrecadação, e sim do bem-estar do planeta, por isso, ela é bastante diferente dos outros tipos de mesadas.

Uma boa orientação para quem não tem condições de dar uma mesada financeira, é incentivar o filho a separar materiais recicláveis. Isso inclui embalagens de papelão, vidro, plástico, alumínio, etc. No final de cada mês, vocês podem vender esse material, o que pode render uma boa mesada.

Mas a mesada ecológica vai além de separar materiais recicláveis. Desperdiçar comida ou comprar alimentos perecíveis em excesso são atitudes que também contribuem para a degradação ambiental.

A orientação é comprar apenas o necessário, sempre observando a data de validade dos produtos.

Nessa mesada, a criança também precisa entender que, se não racionalizar, pode não conseguir realizar algum sonho ou desejo, mesmo que ela já ganhe outras mesadas.

Mas não apenas isso, é preciso despertar o senso de cidadania na criança, explicando como esse comportamento vai afetar a sustentabilidade das gerações futuras.

Por isso, a mesada pode (e deve) ser aplicada simultaneamente com outros tipos de mesadas.

7 – Mesada de troca

Esse tipo de mesada tem o objetivo de incentivar seu filho a se desfazer de coisas que não usa antes de comprar algo novo. Mas isso consciente,  sem incorrer em desperdício.

A ideia é reunir todos os brinquedos dos quais a criança não brinca mais e oferecer aos amigos em uma feira de trocas. Isso também serve para os adultos.

Vale, inclusive, usar esse método para os materiais escolares, no início de cada ano. Isso pode gerar uma economia de até 40% na compra de novos itens, segundo Domingos.

É preciso fazer um levantamento desses objetos e definir o que pode ser trocado e o que pode ser descartado.

Fazendo isso, é possível deixar de gastar dinheiro sem necessidade. Assim, é possível destinar essa economia para a realização de sonhos e desejos. Mas é importante que a criança compreenda como essa troca pode ser benéfica pra a família.

8 – Mesada social

Essa mesada tem a intenção de mostrar às crianças que um estilo de vida mais simples pode trazer mais felicidade e sonhos realizados.

A ideia é propor a troca de atividades que demandam mais dinheiro por programas mais barato e gratuitos. Eventos que incentivem o contato com a natureza e com questões sociais são exemplos.

Passeios constantes a shoppings centers, onde as crianças têm acesso direto aos bens de consumo, podem prejudicar a educação financeira dos pequenos. Eles anseiam pelas fichas de máquinas de jogos ou querem circular por espaços com piscina de bolinhas, pula-pula e escorregador.

Acontece que esses espaços geralmente cobram valores muito elevados e a criança pode facilmente associar diversão a dinheiro. E isso pode ser desastroso para o seu futuro.

Veja, não é problema levar a família ao shopping eventualmente. Mas, se você não tiver atenção, esses gastos podem desviar recursos importantes do seu orçamento. Por conta disso, você pode deixar de realizar alguns desejos ou sonhos.

Além disso, a criança precisa desenvolver o senso de sociedade e conhecer a realidade fora dos shoppings.

É interessante trocar algumas idas a esses centros comerciais por visitas ao parque, pracinhas, eventos públicos para crianças, piqueniques e demais atividades. A ideia também é incentivar o contato com a natureza e a aproximação entre os membros da família. Além de visitar ONGs, lares de idosos e entidades beneficentes…

O objetivo é mostrar que, além de ser muito divertido, esses passeios ajudam a família a economizar para realizar seus desejos mais rapidamente.

Entendeu os tipos de mesadas? Então, mãos à obra!

Agora que você conhece os 8 tipos de mesadas para as crianças, como e quando aplicar cada um deles, vai ficar mais fácil educar seus pequenos para que virem adultos bem resolvidos financeiramente.

E se você quiser ter acesso a mais orientações valiosas sobre Educação Financeira, assine nosso canal no YouTube.

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